Acionamento de termelétricas não influencia corte na tarifa, diz Zimmermann
Secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia descarta racionamento e afirma que política de redução nos custos da energia estão garantidas
O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, afirmou nesta terça-feira que um eventual aumento no custo da energia não vai afetar o corte de 20% na tarifa, anunciado recentemente pelo governo, apesar dos baixos níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas.
Como o ministro Edison Lobão havia feito na véspera, Zimmermann admitiu que o acionamento de usinas termelétricas para compensar a queda na produção das hidrelétricas vai significar um acréscimo de até 1% no preço pago pelo consumidor final. Mas a elevação, disse ele, é natural.
“A redução que nós vamos ter na tarifa é da ordem de 20%. O nosso sistema é hidrotérmico e, ocasionalmente, se gera mais energia térmica. Isso tudo já é considerado no preço desse sistema”. A redução de 20% é estrutural, disse ele, e “para sempre”.
Apesar do baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas, Zimmermann voltou a descartar o risco de racionamento de energia: “Nós estamos com um equilíbrio estrutural na oferta de energia no Brasil. Portanto, nós não trabalhamos, em nenhuma hipótese, com o racionamento”.
O secretário-executivo justificou o uso pleno das termelétricas com ironia: “Já é previsto que essas térmicas operem. Ou nós contrataríamos térmicas para ficar decorando, simplesmente, uma região?”, disse ele, que também negou que haja falta de gás ou carvão para abastecer essas usinas.
Nesta quarta-feira, o Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico (CMSE) se reúne e deve discutir a situação crítica das hidrelétricas. O encontro, entretanto, já estava agendado desde dezembro. Segundo Márcio Zimmermann, a reunião serve para uma avaliação rotineira do sistema. Por isso, não é esperada uma solução para a baixa dos reservatórios.
O nível dos reservatórios do Sudeste, responsáveis por 70% da energia hidrelétrica do Brasil, estão em 72% da média histórica – o que, na prática, significa uma queda de 28% em relação ao esperado para o período. No Nordeste e no Norte, a situação também é de alerta.
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