RIO - Policiais da Delegacia de Repressão a crimes contra a Saúde Pública (DRCCSP) prenderam oito pessoas durante uma operação em clínicas e centros médicos do Rio na manhã desta segunda-feira. Entre os presos da ação batizada de Beleza Pura, está o médico Luiz Eduardo Andrade Salgado, que é capitão da Polícia Militar e tem consultório num luxuoso centro médico da Avenida Armando Lombardi, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Fotogaleria: veja mais imagens da operação
Todos os presos são acusados de comercializar ou aplicar um medicamento para preenchimento facial sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) à base de PMMA (polimetilmetacrilato). O produto pirata, segundo a polícia, era fabricado em Anápolis (Goiás) e distribuído em Clínicas de estética do Rio. A quadrilha era investigada há sete meses.
Além de Luiz Eduardo, foram presos o empresário Christiano Matheus Sommer (um dos principais distribuidores desses produtos); Verônica Casado Maia (comparsa de Christiano e distribuidora no Rio); o equatoriano Bolivar Guerreiro Silva (dono do Hospital Santa Branca, em Caxias, e que atendia em vários pontos do Rio e da Baixada); a empresária Elizabeth Peixoto (dona de uma clínica na Barra, que fazia procedimentos no consultório sem UTI); a esteticista Antonia Guimarães Leite Rosa; o médico Juan Eugênio; e a farmacêutica Leandra da Silva (responsável por uma clínica em Caxias). Todos vão responder por crime contra a saúde pública, que é hediondo, e podem pegar de dez a 15 anos de prisão.
Alguns acusados podem responder ainda por crime contra a relação de consumo - por comercializar medicamentos vencidos-, exercício ilegal da profissão, e formação de quadrilha.
Foram indiciadas também uma esteticista de uma clínica em Belford Roxo identificada apenas como Kátia, e a empresária Patrícia Barros, que tem consultório no Méier, na Barra e em Caxias.
Segundo a polícia, foram apreendidos medicamentos como a toxina botulínica, conhecida como Botox, o gliconato hidrolático de magnésio (Carboxi), o polimetilmetacrilato (usado em procedimentos de bioplastia) e o ácido hialurônico. Esses produtos seriam falsificados ou não teriam registro na Anvisa.
A operação foi desencadeada em 17 pontos da cidade, nos bairros da Zona Sul, Zona Oeste, na Baixada Fluminense, além do município de Anápolis.
As investigações tiveram origem numa denúncia de um possível paciente das clínicas. O delegado que cuida do caso, Fabio Cardoso, pede que outras vítimas denunciem para a delegacia pelo número (21) 2334-5158 ou pelo Disque-Denúncia, no (21) 2253-1177.