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Sonnen surpreende e elogia Bisping: 'Ele é arrogante. Eu gosto muito disso'

Americano diz que jamais teve um plano de luta, e critica os lutadores que pedem chance de disputar o cinturão do UFC e autógrafos aos campeões

Por Chicago, EUA

A metralhadora giratória que responde pelo nome de Chael Sonnen começou a disparar suas frases de efeito para quem quiser ouvir. Em entrevista ao jornal americano "USA Today", o lutador garantiu que jamais teve um plano de luta em sua carreira. Para ele, isso é uma coisa muito mais do boxe do que do MMA.

Chael Sonnen lutador americano do UFC (Foto: Divulgação/UFC)Chael Sonnen elogia estilo de Bisping e critica lutadores que não buscam o título (Foto: Divulgação/UFC)

- Nunca tive um plano de jogo. Não sei exatamente o que isso significa. Eu ouço o termo, especialmente no boxe, ouço vocês falarem sobre planos e se referindo às lutas como se fossem um jogo. Nunca fiz isso. Então, não me importo com nada disso. Meu foco é em mim, não em quem for colocado na minha frente. O que eu faço é pular um pouco para me preparar para o que virá para cima de mim. É assim que a minha cabeça funciona. Se alguma oportunidade se abre, ótimo. Mas se isso não acontecer, tenho que me adaptar também. Não sou um lutador de um truque só. Sou o melhor lutador do mundo. E sou porque posso lutar em qualquer lugar.

Perguntado sobre o porquê de as pessoas não gostarem de Michael Bisping, e também dele, Sonnen surpreendeu e fez elogios ao seu próximo adversário.

- Na minha opinião, e eu só posso opinar sobre isso, Bisping é muito arrogante, o que é algo que me agrada nas pessoas. Gosto de quem é arrogante. Para mim, é uma qualidade. Ele ganha pontos comigo sendo assim, mas acho que isso irrita muita gente.

Em outro ponto da entrevista, quando perguntado se achava que Bisping poderia vencer Anderson Silva, Sonnen voltou a criticar a forma como as pessoas se referem ao brasileiro no UFC.

- Quando se coloca uma pergunta no condicional, quase tudo pode ser visto como verdade. Não acho que Bisping possa vencer Anderson Silva, mas não gosto da forma como ele fala do Anderson. Acho o discurso de insistir em pedir uma chance de disputar o título deprimente. Eu nunca pedi uma chance de disputar o título. Eu quero o título. É uma tremenda diferença entre a minha forma de pensar e a dos outros lutadores. Se você quer o seu nome nos holofotes e um cheque bem gordo, vá lá e busque isso. Eu não quero nada disso. Já tenho muito dinheiro e muita fama. O que eu não tenho é um cinturão de campeão mundial para me lembar que sou o melhor homem que Deus já fez, e é isso o que eu quero. É isso que me separa dos outros lutadores.

Perguntado o que faz um lutador receber o seu apoio ou o seu desdém, Sonnen explicou os critérios que adota ao falar de algum lutador.

- Para começar, não vou atrás de ninguém que não esteja no topo. Quando comecei a falar dos irmãos Nogueira - e, claro, os deixei em paz agora, porque não me dá prazer nenhum vê-los cair em desgraça, muito menos ver o maior deles sofrer uma lesão e precisar de uma cirurgia - eles eram tidos como figuras intocáveis, os melhores lutadores, os melhores isso e aquilo. Eu preciso dizer: "Não, vocês não são!". O mesmo se aplica a Wanderlei Silva. Hoje não tenho nenhum prazer em agredí-lo, porque ele já é notícia velha. Quando comecei a provocá-lo, era porque ninguém mais o fazia. Um cara faz uma tatuagem no crânio, faz olhar de psicopata e torce os punhos, e isso o faz especial? Quem liga para isso? Quem se intimida com isso? Eu daria um tapa na sua cara enquanto ele ficasse retorcendo os punhos. Eu nem queria tanto atacá-lo, mas sim fazer o mundo ver que aquilo não era nada de mais.

Ao falar sobre Anderson Silva, Sonnen não foi tão incisivo quanto em outras entrevistas, e criticou mais a atitude dos outros lutadores do que, propriamente, o brasileiro.

- Anderson ganhou essa aura de homem intocável. Ver nos bastidores outros lutadores pedirem autógrafos a ele me dava vontade de vomitar. Se você quer ser um lutador do UFC, precisa lutar por uma razão. A minha é ser campeão mundial. Se chegar um dia em que eu ache que não consigo mais lutar pelo título, me retiro do UFC. Não vou lutar pelo dinheiro ou pelo aplauso do público. Não estou lá para isso. Quero o cinturão. Meu desdém não vai necessariamente para todos os lutadores, mas para lutadores que se recusam a enfrentar lutadores - finalizou o americano.

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