ID: 77376389
 
Human Resources Portugal
01-10-2018
País: Portugal
Âmbito: Economia, Negócios e Gestão

"Continuemos" a mudança...

Geando da Mudança EriQUADRAITIEriTO Odia 5 de Setembro de 1994 foi o dia em que en-trei nos escritórios da Andersen Consulting, nas Amoreiras - ainda permanecem lá -, para o meu primeiro dia de trabalho. Só não tenho a certeza se fui ou não recebido pela Manuela, a profissional mais extraordinária, afectiva e carinhosa que conheci até hoje, e que ainda por lá está.
Em 26 anos, começo por identificar dois casos de não-mudança. Mas tanto mudou, e continua a mudar, desde aí! Lembro-me que foi então que, pela primeira vez, utilizei um serviço de, correio electrónico, os slides proliferavam, veio depois o PowerPoint, que cada vez mais está em desuso, em detrimento de outras ferramentas que os meus filhos me dizem actualmente serem muito mais poderosas e modernas.
Não havia Facebook, Instagram, Twitter ou WhatsApp. A Internet dava os prinieiros passos, nem eu nem os meus amigos tínhamos telemóvel, e quem tinha usava uma mala para o carregar. Usávamos disquetes para arquivar ficheiros, impressoras a jacto de tinta eram modernas e Wi-Fi existia apenas para as aparelhagens, mas com o H em vez do W.
Na mesma altura, a grande maioria dos finalistas de cursos superiores tinha a ambição de ir trabalhar para uma grande organização c, se possível, que fosse para a vida. Ia de vez cm quando "CONTINUEMOS" A MUDANÇA...
"O mundo move-se tão depressa que o homem que diz que algo não pode ser feito é normalmente interrompido por alguém que o está a fazer." L. Ron Hubbard
fazer uma jantarada de marisco com amigos que nos custava a módica quantia de mil escudos (cinco euros) a cada um.
Tanto mudou! Em 26 anos! E continua em mudança...
A tão falada transformação digital começou de facto há algum tempo, não é de agora. O que a marca e distingue, face a outras revoluções, é a rapidez com que a mesma se processa. E, sim, a transformação digital envolve em si uma profunda transformação cultural.
O modo como as pessoas colaboram e se relacionam entre si é hoje totalmente diferente do que era naqueles tempos, e prevê-se que no futuro isso se acentue ainda mais. Essa mudança é inevitável.
Perante a mesma, temos dois caminhos alternativos. Podemos manter-nos na nossa zona de conforto, o que significa perder boaparte das experiências e aprendizagens que as mudanças comportam. Iremos "perder o comboio" até ao dia em que os "gatilhos" da mudança aparecem nas encruzilhadas da vida, onde os seus alicerces se abalam e tudo o que é confortável sai do lugar. Como por exemplo em casos de doenças, divórcios, acidentes, perda do trabalho ou de uma pessoa muito querida.
O principal gatilho da mudança será sempre o desconforto, só mudamos quando nos sentimos verdadeiramente desconfortáveis com algo. Não devemos esperar pelas encruzilhadas da vida. O caminho alternativo é sermos protagonistas, promovermos nós próprios a mudança, desafiando a vida.
Temos de mudar simplesmente porque o inundo em que nascemos já não é o mundo em que vivemos. Estes são tempos de transição, instabilidade, renovação, inovação, diversidade e globalização. E o mundo em que vivemos agora não será o mesmo em que viveremos no futuro.
Se nos acomodarmos existirão rivais inesperados, tão ambiciosos quanto nós já fomos um dia, que encontram uma forma de alterar as regras e destruir criativamente as coisas que fizemos para permanecer eternamente no mercado.
Se quisermos permanecer na onda de sucesso, vamos precisar de mudar - ou não sobreviveremos.
NAS ORGANIZACÕES Dentro das organizações, o que está a mudar? Existem novas funções e uma força de trabalho diversificada, existem novas formas de trabalhar, novas formas de organizar, liderar e gerir o trabalho.
O digital já está a mudar o tipo de trabalho, o modo de trabalhar e a própria força de trabalho, exigindo mudanças ao nível da cultura organizacional.
Qual deve ser o papel dos directores de Recursos Humanos nesta transformação cultural das organizações? A sua missão deverá consistir em conduzir/ facilitar esta transformação, pela criação de condições que permitam, a cada um e ao resto da organização, seguir o caminho da mudança. Cada vez mais se irá aplicar a ciência/tecnologia e os dados analíticos na Gestão de Talento, irão identificar-se e desenvolver-se competências "digitais" e capacidades sociais/colaborativas dentro da organização, serão necessárias parcerias internas e externas para criar as condições da mudança desejada e disponibilizar novas fontes de valor.
Ao longo do ciclo de vida do talento, existem vários exemplos de iniciativas/ ferramentas que serão daqui a muito pouco tempo uma realidade transversal: O Interview Apps O Gamification O Performance Management App O Ubiquitous Learning O Virtual Workspaces O HR Mobile services O Alumni Social Plaform O HR Analytics Esta "inundação" de tecnologia irá trazer inúmeros benefícios às organizações, assim elas sejam capazes de assegurar um saudável alinhamento cultural e organizacional, ajustando comportamentos, processos e organização.
Podemos pensar que, com tanta tecnologia.e inovação, tudo será tão automático, rápido e transacional que a componente hu mana perderá relevância. Penso exactamente o contrário.
Num mundo cada vez mais hi-tech, a transformação digital não vai reduzir a importância das competências relacionais, acredito mesmo que serão essas as que farão a grande diferença, muito mais do que até agora.
Num futuro próximo, em que as máquinas vão fazer metade das funções - segundo a previsão do mais recente estudo do World Economic Forum -, será o talento, a criatividade e a capacidade de criação dos humanos que fazem, e farão. a mudança.
Pedro Rocha e Silva Managing partner da Neves de Almeida I HR Consulting
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Caderno Especial C wo~ rir GESTÃO DA MUDANÇA

Autor: Pedro Rocha e Silva
Temas: Neves de Almeida HR Consulting