Norma define “preço justo” para engenharia consultiva

15 de fevereiro de 2018

Norma define “preço justo” para engenharia consultiva

Norma define “preço justo” para engenharia consultiva 1024 684 Cimento Itambé

Com a ABNT NBR 16633, empresas que prestam serviço ainda na etapa do projeto da obra terão parâmetros melhores para compor seus custos

A ABNT NBR 16633 é dividida em 4 partes: Terminologia, Procedimentos Gerais, Elaboração de Projetos e Gestão de Obras e Execução de Obras de Infraestrutura. Crédito: Divulgação

A ABNT NBR 16633 é dividida em 4 partes: Terminologia, Procedimentos Gerais, Elaboração de Projetos e Gestão de Obras e Execução de Obras de Infraestrutura. Crédito: Divulgação

A Comissão de Estudo Especial (CEE-162) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) colocou recentemente em consulta pública o texto da ABNT NBR 16633 – Elaboração de Orçamento e Formação de Preço para Obras de Infraestrutura.  A norma técnica é uma das mais aguardadas pela engenharia consultiva, assim como pela arquitetura consultiva. Ela define critérios e procedimentos para que as empresas possam formar preços justos para a remuneração dos serviços que prestam.

Dividida em quatro partes, a ABNT NBR 16633 vai abranger “Terminologia”, “Procedimentos Gerais”, “Elaboração de Projetos e Gestão de Obras” e “Execução de Obras de Infraestrutura”. O presidente nacional do Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva), Carlos Roberto Soares Mingione, foi o relator da parte 3, que trata de projetos e gestão de obras. “Esta é a parte referente ao projeto, ao gerenciamento, à supervisão e à fiscalização de obra”, explica.

Carlos Roberto Soares Mingione: meta da ABNT NBR 16633 é ensinar o profissional e as empresas que prestam serviços a comporem melhor seus preços. Crédito: Sinaenco

Carlos Roberto Soares Mingione: meta da ABNT NBR 16633 é ensinar o profissional e as empresas que prestam serviços a comporem melhor seus preços. Crédito: Sinaenco

Mingione destaca ainda que o objetivo da norma técnica é definir parâmetros para a composição do preço de um projeto. Como? “Tem o custo do profissional, que não é só o salário. Existem os encargos sociais, os benefícios fechados em convenção coletiva, enfim, os custos diretos e indiretos envolvendo o profissional. Além disso, há também as despesas indiretas, como aluguel da sede, a administração e a contabilidade, que não fazem parte do projeto, mas são necessárias para a empresa funcionar. Todos esses custos precisam ser incluídos na composição do preço de um projeto”, explica.

A expectativa é de que a ABNT NBR 16633 reeduque o contratante, principalmente o contratante público, que costuma vir com o valor de licitação fechado. “O importante é que este valor leve em conta todos os custos que estão envolvidos na elaboração do projeto e os custos que estão relacionados com o gerenciamento e a supervisão. Isso já é um benefício para o setor. Por outro lado, as empresas que prestam serviços precisam saber como apurar o seu custo efetivo. Isso vai ensinar o profissional e as empresas que prestam serviços a comporem melhor seus preços. Este é o objetivo da norma”, complementa Carlos Roberto Soares Mingione.

Elaboração da ABNT NBR 16633 já dura 6 anos

A primeira reunião para debater a ABNT NBR 16633 – Elaboração de Orçamento e Formação de Preço para Obras de Infraestrutura – começou em março de 2012, ou seja, levou seis anos para que estivesse a caminho de sua publicação. Além do Sinaenco, as seguintes associações estão envolvidas na definição de seu texto: ABCE (Associação Brasileira de Consultores de Engenharia), APECS (Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente) e AsBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura). Entre os organismos de controle, participaram CGU (Controladoria Geral da União), TCE-PR (Tribunal de Contas do Estado do Paraná), TCU (Tribunal de Contas da União) e PF (Polícia Federal). Também estiveram envolvidos engenheiros do Exército Brasileiro, IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil), Infraero e Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).

Entrevistado
Engenheiro civil Carlos Roberto Soares Mingione, presidente do Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva) e sócio-diretor da AGM Projetos de Engenharia.

Contato: sinaenco@sinaenco.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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