PARIS - Partidários e opositores de projeto de lei que criminaliza clientes de prostitutas protestaram nesta sexta-feira diante da Assembleia Nacional, em Paris, enquanto os legisladores analisam o texto. A proposta multipartidária prevê multa de 1.500 euros para quem pagar por sexo, e espera-se que seja aprovada na próxima semana.
- Sem o cliente, não há rede de prostituição, não há tráfico de seres humanos. Essa é a luta que estamos travando - disse Guy Geoffroy, um dos deputados da oposição conservadora que apoia o projeto de lei.
O governo argumenta que cerca de 90% entre 20 mil a 40 mil prostitutas da França são vítimas de redes de tráfico humano que operam na Nigéria, China e Romênia.
A proposta inclui medidas de apoio, benefícios e flexibilização de procedimentos de imigração para prostitutas dispostas a deixar a profissão.
Diante da Assembleia, cerca de 150 manifestantes contrários à inciativa protestavam com cartazes e megafones. Muitos de seus integrantes eram prostitutas, e algumas delas usaram máscaras para preservar suas identidades. A ação foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Sexo (STRASS). “Sexo é trabalho”, diziam seus cartazes.
Diante delas, outro grupo se manifestava. Os cartazes, no entanto, diziam: “Nossos corpos não são mercadorias.”
Algumas ONGs têm alertado que a criminalização de clientes tornaria a prática mais clandestina e colocaria em risco a vida das prostitutas.
O governo socialista de François Hollande apoia o projeto de lei, que deverá ser votado pelos deputados na quarta-feira. O texto depois deverá ser enviado ao Senado.