Mundo

França debate lei antiprostituição com protestos a favor e contra nas ruas

Projeto prevê multa de 1.500 euros para clientes de prostitutas

Prostitutas protestam diante da Assembleia Nacional, em Paris, contra uma lei que prevê multas para os clientes
Foto: CHARLES PLATIAU / Reuters
Prostitutas protestam diante da Assembleia Nacional, em Paris, contra uma lei que prevê multas para os clientes Foto: CHARLES PLATIAU / Reuters

PARIS - Partidários e opositores de projeto de lei que criminaliza clientes de prostitutas protestaram nesta sexta-feira diante da Assembleia Nacional, em Paris, enquanto os legisladores analisam o texto. A proposta multipartidária prevê multa de 1.500 euros para quem pagar por sexo, e espera-se que seja aprovada na próxima semana.

- Sem o cliente, não há rede de prostituição, não há tráfico de seres humanos. Essa é a luta que estamos travando - disse Guy Geoffroy, um dos deputados da oposição conservadora que apoia o projeto de lei.

O governo argumenta que cerca de 90% entre 20 mil a 40 mil prostitutas da França são vítimas de redes de tráfico humano que operam na Nigéria, China e Romênia.

A proposta inclui medidas de apoio, benefícios e flexibilização de procedimentos de imigração para prostitutas dispostas a deixar a profissão.

Diante da Assembleia, cerca de 150 manifestantes contrários à inciativa protestavam com cartazes e megafones. Muitos de seus integrantes eram prostitutas, e algumas delas usaram máscaras para preservar suas identidades. A ação foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Sexo (STRASS). “Sexo é trabalho”, diziam seus cartazes.

Diante delas, outro grupo se manifestava. Os cartazes, no entanto, diziam: “Nossos corpos não são mercadorias.”

Algumas ONGs têm alertado que a criminalização de clientes tornaria a prática mais clandestina e colocaria em risco a vida das prostitutas.

O governo socialista de François Hollande apoia o projeto de lei, que deverá ser votado pelos deputados na quarta-feira. O texto depois deverá ser enviado ao Senado.